VEM – Videoarte Em Movimento

16 -31 JUL 2025

VEM – Videoarte Em Movimento é uma experiência itinerante de fruição da criação visual em ambientes de transição e passagem. Durante o verão, uma carrinha viaja entre Espanha e Portugal a exibir um programa composto por obras de videoartistas internacionais.

Trata-se de uma curadoria de perspetiva histórica e com classificação livre – para que a sua assistência a céu aberto, numa noite de verão, seja acessível e do interesse de todos os públicos. As projeções são realizadas em ambientes de pequena a média escala, retirando as obras do ambiente expositivo tradicional para levá-las a espaços abertos de projeção pública.

O Efeito Borboleta ou como uma ação pode desencadear um todo

«A história não é um ciclo de repetições, mas uma série de mudanças imprevisíveis” – Howard Zin


Uma borboleta bate as asas num canto do mundo e, noutro, desencadeia-se um furacão. Assim diz o conhecido princípio do efeito borboleta, que sugere como a mais pequena alteração num sistema pode desencadear consequências imprevisíveis em grande escala. No âmbito do VEM – Videoarte Em Movimento, esta teoria transforma-se numa metáfora do poder da arte no espaço público, onde uma imagem, um som ou um gesto se tornam num detonador de reflexão, memória e resistência. Neste programa, imagens e sons desdobram-se como ondas de choque capazes de transformar as nossas certezas.

As obras aqui reunidas questionam os limites entre a realidade e a sua representação, a permanência e o desaparecimento. O artista Zbigniew Rybczyński, em Media, desconstroi a imagem mediática quase como um jogo, para mostrar como a linguagem audiovisual manipula a nossa consciência, altera a informação transmitida pela televisão e, portanto, o mundo que conhecemos. Esta mesma instabilidade informativa é abordada por Francisco Pradilla Barrero em Breaking News, uma reflexão incisiva sobre o papel do apresentador enquanto figura de autoridade na mediação da realidade. O vídeo denuncia a falsa neutralidade e a manipulação visual que sustenta o discurso informativo, questionando a credibilidade da imagem em tempos de desinformação e fake news. Gary Hill leva a instabilidade ao choque com o seu próprio corpo em Wall Piece, onde a repetição de um impacto contra a parede se torna um símbolo da impossibilidade de comunicação, a que se junta uma sequência de flashes estroboscópicos que nos obrigam a fechar os olhos, a não conseguir ver. Esta imagem muito ativa, em que o corpo ativa quase violentamente a ação, contrasta com – Breaking News: The Flooding of the Louvre, de Tezi Gabunia, em que vemos o famoso museu que, pouco a pouco, e sem um corpo presente para o ativar, está a ser inundado. A catástrofe climática esbate a estabilidade dos ícones culturais, das nossas convicções e da nossa história. Reign of Silence de Lukas Marxt vem juntar-se a este gesto, onde uma intervenção mínima numa paisagem isolada nos confronta com a fragilidade da marca humana no ambiente, um traço que inevitavelmente se desvanece. O mundo que conhecemos é alterado, de forma quase invisível, pelas nossas pequenas ações, por vezes mínimas, por vezes ridículas, mas que perturbam e ativam outras micro-acções paralelas, pequenos tsunamis colectivos. Num mundo apertado e alterado, Rona Yefman reinterpreta a figura de Pippi Longstocking para confrontar a opressão contemporânea, transformando a rebeldia infantil num ato político de resistência. Acções que por vezes se descontrolam e nos levam a um grau de loucura e frustração que nos faz sentir como os reis do mambo, de um mundo idealizado que nos fizeram crer ser o nosso. Em 4x Elefante de Arthur Tuoto, o tempo, o filme e a repetição surgem como dispositivos de deslocação através da simultaneidade de ações de um filme que já conhecemos mas que nos é apresentado desfragmentado. Esta rebeldia infantil levada ao extremo passa de um ato político de resistência a um ato de brutalidade contra a própria humanidade, como está a acontecer neste momento em tantos confrontos mundiais que aceitamos, olhando para o outro lado, sentindo que não é nosso. Isso leva-nos a destruir a nossa história, os nossos princípios, os nossos clássicos ou qualquer outro livro que nos possa fazer pensar. Tal como já aconteceu com Fahrenheit 451 (Ray Bradbury, 1953), em que se queimaram livros que pudessem levar a população a ter sentido crítico, o mesmo acontece com Del gran Otro al objeto a, de Jorge García, em que a destruição de livros num campo de tiro se torna uma metáfora do ataque ao conhecimento e à memória. A memória e a história atravessam estas peças como fissuras que nunca se fecham. Vanane Borian em Armenian Genocide 1915 resgata um passado silenciado e evidencia que a negação é outra forma de violência; enterrar-se é uma montanha de terra, quase como um apedrejamento, quase como acontece, de forma mais metafórica e poética na obra Fade-Out de Paul Destieu que encerra esta curadoria, onde não só o objeto desaparece, mas também o seu som e o que ele representa.

Cada uma destas peças, com um gesto mínimo, uma imagem fugaz, produz uma deslocação nos fundamentos do espetador. Como uma borboleta a esvoaçar, as obras aqui apresentadas não só reflectem pequenas pinceladas do mundo, como o alteram, rasgam e reconfiguram, propondo novas formas de o habitar. Abalam o tecido do quotidiano, obrigando-nos a repensar as nossas certezas. Como disse Walter Benjamin: “A arte é a única prova de que a humanidade ainda existe”. Na itinerância do VEM, entre Espanha e Portugal, cada projeção é uma pequena estrela cadente que ilumina, nem que seja por alguns segundos, um passado que nos deixou e produz uma pequena fissura na nossa realidade, convidando-nos a imaginar novos futuros possíveis, cabendo-nos a nós decidir se para melhor ou para pior.

Mario Gutiérrez Cru

VEM – Video Art in Movement is an itinerant fruition experience of Iberian and international creations exploring environments of transition and passage. Every summer a van travels between Spain and Portugal exhibiting a programe of works by international video artists. 

Curatorial programe with  a historical perspective that its open-air attendance, on a summer night, is accessible and of interest to all audiences. The projections are held in small to medium scale environments, removing the works from the traditional exhibition spaces to take them to open public screening.

The Butterfly Effect or how one action can unleash a whole

History is not a cycle of repetitions, but a series of unpredictable changes» – Howard Zinn

A butterfly flaps its wings in one corner of the world and, in another, a hurricane is unleashed. This is the well-known principle of the butterfly effect, which suggests how the slightest perturbation in a system can trigger unpredictable consequences on a large scale. In the framework of VEM – Videoarte Em Movimento, this theory becomes a metaphor for the power of art in the public space, where an image, a sound or a gesture becomes a trigger for reflection, memory and resistance. In this programme, images and sounds unfold as shockwaves that can transform our certainties.

The works gathered here question the limits between reality and its representation, permanence and disappearance. The artist Zbigniew Rybczyński, in Media, deconstructs the media image almost as a game, in order to show how audiovisual language manipulates our consciousness, alters the information transmitted on television and therefore the world we know. This same informative instability is addressed by Francisco Pradilla Barrero in Breaking News, an incisive reflection on the role of the presenter as an authority figure in the mediation of reality. The video denounces the false neutrality and visual manipulation that sustains the informative discourse, questioning the credibility of the image in times of disinformation and fake news. Gary Hill takes instability to the clash with his own body in Wall Piece, where the repetition of an impact against the wall becomes a symbol of the impossibility of communication, added to which a sequence of strobe flashes forces us to close our eyes, to not really be able to see. This very active image, where the body almost violently activates the action, is contrasted with – Breaking News: The Flooding of the Louvre, by Tezi Gabunia, in which we see the famous museum that little by little, and without a body present to activate it, is being flooded. The climatic catastrophe blurs the stability of cultural icons, of our convictions and our history.

Lukas Marxt’s Reign of Silence adds to this gesture, where a minimal intervention on an isolated landscape confronts us with the fragility of the human imprint on the environment, a trace that inevitably fades away. The world we know is altered, almost invisibly, by our small actions, sometimes minimal, sometimes ridiculous but really disturbing and activating other parallel micro-actions, small collective tsunamis. In a confined and altered world, Rona Yefman reinterprets the figure of Pippi Longstocking to confront contemporary oppression, transforming childish rebellion into a political act of resistance. Actions that sometimes get out of hand and lead us to a degree of madness and frustration that makes us feel like the kings of the mambo, of an idealised world that we have been led to believe is ours. In Arthur Tuoto’s 4x Elephant, time, film and repetition emerge as devices of dislocation using the simultaneity of actions of a film that we already know but is presented to us defragmented. This childish rebelliousness taken to the extreme turns from a political act of resistance into an act of brutality against humanity itself, as is happening at the moment in so many world confrontations that we accept, looking the other way, feeling it is not ours. This leads us to destroy our history, our principles, our classics or any other book that can make us think. As already happened with Fahrenheit 451 (Ray Bradbury, 1953) where they burned books that could make the population have a critical sense, the same happens with Jorge García’s Del gran Otro al objeto a, where the destruction of books in a shooting range becomes a metaphor for the attack on knowledge and memory. Memory and history run through these pieces like fissures that never quite close. Vanane Borian in Armenian Genocide 1915 rescues a silenced past and evidences that negation is another form of violence; burying itself is a mountain of earth, almost like a stoning, almost as happens, in a more metaphorical and poetic way in the work Fade-Out by Paul Destieu that closes this curatorship, where not only the object disappears, but also its sound and what it represents.

Each of these pieces, with a minimal gesture, a fleeting image, produces a displacement in the foundations of the spectator. Like a butterfly fluttering, the works here not only reflect small brushstrokes of the world, but alter, tear and reconfigure it, proposing new ways of inhabiting it. Generating a shake-up in the fabric of everyday life. 

Mario Gutiérrez Cru

VEM – Videoarte en Movimiento es una experiencia itinerante de la creación visual en ambientes de transición y de paso. En verano, una furgoneta viaja entre España y Portugal exhibiendo un programa compuesto por obras de videoartistas internacionales.

Se trata de un comisariado de videoarte con perspectiva histórica para que su asistencia al aire libre, en una noche de verano, sea accesible y de interés para todos los públicos. Las proyecciones se llevan a cabo en entornos de pequeña y mediana escala, sacando las obras del contexto expositivo tradicional para llevarlas a espacios de proyección pública abiertos.

El Efecto Mariposa o como una acción puede desencadenar un todo

 «La historia no es un ciclo de repeticiones, sino una serie de cambios impredecibles.— Howard Zin


Una mariposa bate sus alas en un rincón del mundo y, en otro, un huracán se desata. Así enuncia el conocido principio del efecto mariposa, que sugiere cómo una mínima alteración en un sistema puede desencadenar consecuencias impredecibles a gran escala. En el marco de VEM – Videoarte Em Movimento, esta teoría se transforma en una metáfora del poder del arte en el espacio público, donde una imagen, un sonido o un gesto se convierte en detonante de reflexión, memoria y resistencia. En este programa, las imágenes y los sonidos se despliegan como ondas expansivas que pueden transformar nuestras certezas.

Las obras aquí reunidas interrogan los límites entre la realidad y su representación, la permanencia y la desaparición. El artista Zbigniew Rybczyński, en Media, deconstruye casi como un juego, la imagen mediática para evidenciar cómo el lenguaje audiovisual manipula nuestra conciencia, altera la información transmitida en la televisión y por lo tanto el mundo que conocemos. Esta misma inestabilidad informativa es abordada por Francisco Pradilla Barrero en Breaking News, una incisiva reflexión sobre el papel del presentador como figura de autoridad en la mediación de la realidad. El vídeo denuncia la falsa neutralidad y la manipulación visual que sustenta el discurso informativo, cuestionando la credibilidad de la imagen en tiempos de desinformación y fake news. Gary Hill lleva la inestabilidad al choque con su propio cuerpo en Wall Piece, donde la repetición de un impacto contra la pared se vuelve símbolo de la imposibilidad de comunicación, sumado a esto una secuencia de flashes de strobo nos obliga a cerrar los ojos, a no poder realmente ver. Esta imagen tan activa, donde el cuerpo activa de manera casi violenta la acción se contrapone con – Breaking News: The Flooding of the Louvre, de Tezi Gabunia, en el que vemos el famoso museo que poco a poco, y sin un cuerpo presente que lo active, se va inundando. La catástrofe climática desdibuja la estabilidad de los iconos culturales, de nuestras convicciones y nuestra historia. A este gesto se suma Reign of Silence de Lukas Marxt, donde una intervención mínima sobre un paisaje aislado nos confronta con la fragilidad de la huella humana en el entorno, un rastro que inevitablemente se desvanece. El mundo que conocemos se altera, de manera casi invisible por nuestras pequeñas acciones, a veces mínimas, a veces ridículas pero realmente perturbadoras y activadoras de otras micro acciones paralelas, pequeños tsunamis colectivos. En un mundo acotado y alterado Rona Yefman reinterpreta la figura de Pippi Calzaslargas para enfrentar la opresión contemporánea, transformando la rebeldía infantil en un acto político de resistencia. Acciones que a veces se nos van de las manos y nos llevan a un grado de locura y frustración que nos hace sentirnos los reyes del mambo, de un mundo idealizado que nos han hecho creer que es nuestro. En 4x Elephant de Arthur Tuoto, el tiempo, el cine y la repetición emergen como dispositivos de dislocación usando la simultaneidad de acciones de una película que ya conocemos pero se nos presenta desfragmentada. Ésta rebeldía infantil llevada al extremo pasa de ser en un acto político de resistencia, a un acto de brutalidad contra la propia humanidad, como está ocurriendo en estos momentos en tantos enfrentamientos mundiales que aceptamos, mirando para otro lado, sintiéndolo no nuestro. Ésto nos lleva a destruir nuestra historia, nuestros principios, nuestros clásicos o cualquier otro libro que nos pueda hacer pensar. Como ya ocurrió con Fahrenheit 451 (Ray Bradbury, 1953) donde quemaban libros que pudieran hacer que la población tuviera un sentido crítico, lo mismo ocurre con Del gran Otro al objeto a de Jorge García, donde la destrucción de libros en un campo de tiro se vuelve una metáfora del ataque al conocimiento y la memoria. La memoria y la historia atraviesan estas piezas como fisuras que no terminan de cerrarse. Vanane Borian en Armenian Genocide 1915 rescata un pasado silenciado y evidencia que la negación es otra forma de violencia; enterrándose a sí misma es una montaña de tierra, casi como una lapidación, casi como ocurre, de manera más metafórica y poética en la obra Fade-Out de Paul Destieu que cierra este comisariado, donde no sólo el objeto desaparece, sino también su sonido y lo que representa.

Cada una de estas piezas, con un gesto mínimo, una imagen fugaz, produce un desplazamiento en los cimientos del espectador. Como un aleteo de mariposa, las obras aquí no sólo reflejan pequeñas pinceladas del mundo, sino que lo alteran, lo rasgan y lo reconfiguran, proponiendo nuevas formas de habitarlo. Generando una sacudida en el tejido de lo cotidiano que nos obliga a replantear nuestras certezas. Como dijo Walter Benjamin: “El arte es la única evidencia de que la humanidad aún existe”. En la itinerancia de VEM, entre España y Portugal, cada proyección es una pequeña estrella fugaz que ilumina, aunque sea sólo por unos segundos, un pasado que se nos fué y produce una pequeña grieta en nuestra realidad, invitando a imaginar nuevos futuros posibles, siendo nosotros quienes decidamos si para mejor o para peor.

Mario Gutiérrez Cru

PDF

(PortuguêsEspañol )

ÉSTA ES UNA PLAZA!
Calle Doctor Fourquet, 24, Madrid
16 JUL 2025. 22h
MUSEO VOSTELL MALPARTIDA
Ctra. de Los Barruecos, Malpartida de Cáceres
17 JUL 2025. 22h
CINE-TEATRO CURVO SEMEDO
Tv. do Calvário 2, Montemor-o-Novo
18 JUL 2025. 21:30h
CASA DA CERCA - CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA
R. da Cerca, Almada
19 JUL 2025. 22:00h
DUPLACENA 77
Regueirão Anjos ,77b, Lisboa
20 JUL 2025. 22:00h
CITEMOR - MONTERMOR-O-VELHO
Largo da Feira, Montemor -O-Velho
31 JUL 2025. 22:00h

AGENDA 2025

16 julho / july / julio. 22h
ÉSTA ES UNA PLAZA! – MADRID
C/ Doctor Fourquet, 24, Madrid 

17 julho / july / julio. 22h
MUSEO VOSTELL MALPARTIDA – MALPARTIDA DE CÁCERES
Ctra. Los Barruecos, s/n. Malpartida de Cáceres

18 julho / july / julio. 21:30h
CINE – TEATRO CURVO SEMEDO – MONTEMOR-O-NOVO
Montemor-o-Novo

19 julhojuly / julio. 22h
CASA DA CERCA – CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA – ALMADA
R. da Cerca, Almada

20 julho / july / julio. 22h
DUPLACENA 77 – LISBOA
Regueirão Anjos ,77b, Lisboa

31 julho / july / julio. 22h
CITEMOR – MONTEMOR-O-VELHO
Largo da Feira, Montemor-O-Velho

 

Programa / Programe / Programa

. Zbigniew Rybczyński: Media (PL, 1980, 1:35)
. Francisco Pradilla Barrero:  Breaking News (ES, 2022, 3:03)
. Gary Hill: Wall Piece (US, 7:38, 2000)
. Tezi Gabunia:  Breaking News: The Flooding of the Louvre (GA, 2018-20, 3:02)
. Lukas Marxt: Reign of Silence (AT, 2013, 7:21)
. Rona Yefman: Pippi Longstocking, The Strongest Girl in the World (IL, 2006-08, 3:33)
. Arthur Tuoto: 4x Elephant (BR, 2013, 3:07)
. Jorge García: Del gran otro al objeto a (ES, 2020, 7:46)
. Vanane Borian: Armenian Genocide 1915 (AM, 2014, 2:33)
. Paul Destieu: Fade-Out (FR, 2011, 12:30)

Obras / Pieces / Obras

Zbigniew Rybczyński
Media
(PL, 1980, 1:35)

O filme mistura três realidades, a do ecrã da televisão, a da mesa de edição e a da sala onde se encontram. “O título sugere”, escreveu Marcin Giżycki, ‘que o autor tinha em mente algo mais do que um jogo de ilusão: mostrar que a realidade dos meios de comunicação social é apenas aparentemente um reflexo da realidade, na verdade eles estão sempre a realizar algum tipo de manipulação da nossa consciência’.

The film mixes three realities, that of the television screen, the editing table and the room where they meet. ‘The title suggests,’ wrote Marcin Giżycki, «that the author had in mind something more than a game of illusion: to show that the reality of the media is only apparently a reflection of reality, in fact they are always carrying out some kind of manipulation of our consciousness.

La película mezcla tres realidades, la de la pantalla del televisor, la de la mesa de montaje y la de la habitación en la que se encuentran. «El título sugeriría», escribió Marcin Giżycki, »que el autor tenía en mente algo más que un juego de ilusión: mostrar que la realidad de los medios de comunicación es solo aparentemente un reflejo de la realidad, de hecho siempre están realizando algún tipo de manipulación de nuestra conciencia.»1

Francisco Pradilla Barrero 
Breaking News
(ES, 2022, 3:03)

A identificação do telespetador com o apresentador baseia-se no facto de ser simulado que ambos, ao mesmo tempo, recebem as imagens da mesma realidade e têm as mesmas preocupações que a atualidade provoca. O olhar direto do apresentador é a prova da ancoragem do discurso na realidade, garante a “realidade” das imagens. O apresentador tem dois poderes fundamentais: interpela visualmente o telespetador e habita o espaço televisivo da informação, a partir do qual dá a palavra aos informadores e introduz as notícias que conheceu antes do telespetador. Parece garantir a estabilidade neste mundo de notícias em mudança: está lá para garantir que nos dirá o que está a acontecer de forma credível, aconteça o que acontecer, e a sua figura e credibilidade são especialmente relevantes nestes tempos de desinformação e de fake news.

The identification of the viewer with the host or presenter is based on the fact that it is simulated that both, at the same time, receive the images of the same reality and have the same concerns that current affairs provoke. The direct gaze of the presenter is proof of the anchoring of the discourse in reality, it guarantees the ‘reality’ of the images. The presenter has two fundamental powers: he interpellates the viewer visually and inhabits the television space of information, from which he gives the floor to informants and introduces news that he has known before the viewer. He seems to guarantee stability in this changing world of news: he is there to guarantee that he will tell us what is happening in a credible way, no matter what happens, and his figure and credibility is especially relevant in these times of disinformation and fake news.

La identificación del televidente con el conductor o presentador se basa en que se simula que ambos, al mismo tiempo, reciben las imágenes de una misma realidad y tienen las mismas preocupaciones que provoca la actualidad. La mirada directa del presentador es una prueba del anclaje del discurso en lo real, garantiza la «realidad» de las imágenes. El conductor tiene dos poderes fundamentales: interpela visualmente al televidente y habita el espacio televisivo de la información, desde el cual otorga la palabra a los informantes e introduce noticias que ha conocido antes que el espectador. Parece garantizar la estabilidad frente a este cambiante mundo de las noticias: está ahí para garantizar que nos contará lo que sucede de manera creíble, pase lo que pase.Su figura y credibilidad resulta especialmente relevante en estos tiempos de desinformación y noticias falsas. 

Gary Hill
Wall Piece

(US, 7:38, 2000)

Em Wall Piece, a imagem de um homem que se atira repetidamente contra uma parede e diz uma única palavra em cada impacto é projectada na parede de um espaço completamente escuro. Durante a filmagem, um único flash de luz estroboscópica de extrema intensidade “capturou” o corpo no momento do impacto. Estes momentos singulares foram editados em conjunto para formar um texto linear e uma sequência de um corpo em várias posições contra uma parede. Na instalação, o mesmo tipo de luz estroboscópica utilizado para a gravação é montado no chão e focado na projeção. Pisca a cerca de 60 ciclos por minuto, entrando e sincronizando-se com os flashes de luz gravados. Ocasionalmente, a luz prefigura a imagem, repete a imagem ou, em uníssono, apaga a imagem.

In Wall Piece, the image of a man repeatedly throwing himself against a wall and speaking a single word with each impact is projected onto the wall of a completely darkened space. During the filming, a single flash of strobe light of extreme intensity ‘captured’ the body at the moment of impact. These singular moments were edited together to form a linear text and sequence of a body in various positions against a wall. In the installation, the same type of strobe light used for the recording is mounted on the floor and focused on the projection. It flashes at approximately 60 cycles per minute, entering and synchronising with the recorded flashes of light. Occasionally, the light foreshadows the image, repeats the image or, in unison, erases the image.

En Wall Piece, la imagen de un hombre arrojándose repetidamente contra una pared y hablando una sola palabra con cada impacto se proyecta en la pared de un espacio completamente oscurecido. Durante la grabación, un sólo flash de luz estroboscópica de intensidad extrema «capturó» el cuerpo en el momento del impacto. Estos momentos singulares fueron editados juntos para formar un texto lineal y una secuencia de un cuerpo en varias posiciones contra una pared. En la instalación, el mismo tipo de luz estroboscópica utilizada para la grabación se monta en el piso y se enfoca en la proyección. Parpadea a aproximadamente 60 ciclos por minuto, entrando y sincronizándose con los destellos de luz grabados. En ocasiones, la luz presagia la imagen, repite la imagen o, al unísono, borra la imagen.

Tezi Gabunia
Breaking News: The Flooding of the Louvre
(GA, 2018-20, 3:02)

A água inunda virtualmente o museu icónico, criando uma visão inquietante que antecipa um futuro marcado pelas alterações climáticas. A obra confronta o espetador com a fragilidade dos valores históricos e culturais face às catástrofes naturais.

Water virtually floods the iconic museum, creating an unsettling vision that anticipates a future marked by climate change. The work confronts the viewer with the fragility of historical and cultural values in the face of natural disasters.

El agua inunda virtualmente el icónico museo, creando una visión inquietante que anticipa un futuro marcado por el cambio climático. La obra confronta al espectador con la fragilidad de los valores históricos y culturales ante los desastres naturales.

Lukas Marxt
Reign of Silence
(AT, 2013, 7:21)

Começa com uma imagem fixa de um lago em frente a montanhas. Um barco entra, traça uma espiral na água seguindo instruções e sai de cena, deixando apenas o seu rasto. Marxt explora a relação entre o homem e o ambiente nesta paisagem isolada, quase surreal, evocando a Land Art e o Spiral Jetty de Robert Smithson. O filme não só documenta, mas também sobrepõe uma camada artística à natureza, convidando-nos a refletir sobre o tempo e a perceção. No final, a imagem regressa ao seu estado inicial, evidenciando a temporalidade da intervenção humana no meio ambiente.

Begins with a still shot of a lake in front of mountains. A boat enters, traces a spiral in the water following instructions and leaves the scene, leaving only its wake. Marxt explores the relationship between human and environment in this isolated, almost surreal landscape, evoking Land Art and Robert Smithson’s Spiral Jetty.
The film not only documents, but also superimposes an artistic layer on nature, inviting us to reflect on time and perception. In the end, the image returns to its initial state, highlighting the temporality of human intervention in the environment.

Comienza con una toma fija de un lago frente a montañas. Una lancha entra, traza una espiral en el agua siguiendo instrucciones y sale de escena, dejando solo su estela. Marxt explora la relación entre el humano y el entorno en este paisaje aislado y casi surrealista, evocando el Land Art y la Spiral Jetty de Robert Smithson. La película no sólo documenta, sino que superpone una capa artística a la naturaleza, invitando a reflexionar sobre el tiempo y la percepción. Al final, la imagen regresa a su estado inicial, resaltando la temporalidad de la intervención humana en el entorno.

Rona Yefman
Pippi Longstocking, The Strongest Girl in the World
(IL, 2006-08, 3:33)

A personagem Pippi Longstocking foi originalmente criada pela escritora sueca Astrid Lindgren e representa as suas ideias socialmente subversivas que se correlacionam e inspiram a minha própria noção de radicalismo. Na versão literária, Pippi é retratada como rebelde, divertida e independente, com a capacidade de inverter as circunstâncias sociais e desafiar as convenções do comportamento normal. Ao extrair Pippi da sua fonte original e ao projetar a sua personagem na contemporaneidade, a artista sonora e performativa dinamarquesa Tanja Schlander permite a maleabilidade ao confrontar, desafiar e transformar estruturas de poder e autoridade para oferecer um novo modo de libertação.

The character of Pippi Longstocking was originally created by the Swedish writer Astrid Lindgren and represents her socially subversive ideas that correlate with and inspire my own notion of radicalism. In the literary version of Pippi Longstocking, she is portrayed as rebellious, funny and independent, with the ability to reverse social circumstances and challenge the conventions of normal behaviour. By extracting Pippi from her original source and projecting her character into the contemporary, Danish sound and performance artist Tanja Schlander enables malleability by confronting, challenging and transforming structures of power and authority to offer a new mode of liberation.

El personaje de Pippi Calzaslargas fue creado originalmente por la escritora sueca Astrid Lindgren y representa sus ideas socialmente subversivas que se correlacionan e inspiran mi propia noción de radicalismo. En la versión literaria de Pippi Calzaslargas, se la retrata como rebelde, divertida e independiente, con la capacidad de invertir las circunstancias sociales y desafiar las convenciones del comportamiento normal. Al extraer a Pippi de su fuente original y proyectar su personaje en la contemporaneidad, la artista danesa del sonido y la performance Tanja Schlander permite la maleabilidad enfrentándose, desafiando y transformando las estructuras de poder y autoridad para ofrecer un nuevo modo de liberación.

Arthur Tuoto
4x Elephant
(BR, 2013, 3:07)

Colocando lado a lado quatro sequências do filme Elephant (2003) de Gus Van Sant, a obra explora as acções simultâneas do filme, revelando nuances elípticas no seu dispositivo fílmico.

Placing side by side four sequences from Gus Van Sant’s film Elephant (2003), the work explores the film’s simultaneous actions, revealing elliptical nuances in its filmic device.

Colocando una al lado de la otra cuatro secuencias de la película Elephant (2003), de Gus Van Sant, la obra explora las acciones simultáneas de la película, revelando matices elípticos en su dispositivo fílmico.

Jorge García 
Del gran otro al objeto a
(ES, 2020, 7:46)

“Do grande Outro ao objeto a”, o título do seu projeto, alude ao pensador Jacques Lacan, continuador dos ensinamentos psicanalíticos de Sigmund Freud: São conceitos de Lacan e, embora não seja especialista, interessa-me mais o que diz respeito ao complexo de Édipo do que Freud, porque neste caso parece-me sexista e até misógino, é a minha opinião, e no entanto Lacan o que faz é expandir e redefinir a psicanálise, estando mais de acordo com os tempos. O título é um aceno a isso”, explica García, sublinhando as dificuldades inerentes ao próprio facto de organizar, numa carreira de tiro, a sessão através da qual os livros foram perfurados em tiros sucessivos.

«From the big Other to the object a’, the title of your project, alludes to the thinker Jacques Lacan, the continuator of Sigmund Freud’s psychoanalytic teachings. They are Lacan’s concepts and, although I am not an expert, I am more interested than Freud in what concerns the oedipal complex, because in this case it seems to me macho and even misogynist, that is my opinion, and yet Lacan what he does is to expand and redefine psychoanalysis, being more in keeping with the times. The title is a nod to that», García explains, while underlining the difficulties inherent in the very fact of organising, in a shooting range, the session by means of which the books were perforated in successive shots.

‘Del gran Otro al objeto a’, título de su proyecto, alude al pensador Jacques Lacan, continuador de las enseñanzas psicoanalíticas de Sigmund Freud. Son conceptos de Lacan y, aunque no soy un experto, me interesa más que Freud en lo que concierne al complejo edípico, porque en este caso me parece machista e incluso misógino, esa es mi opinión, y sin embargo Lacan lo que hace es expandir y redefinir el psicoanálisis, siendo más acorde con los tiempos que corren. El título hace un guiño a eso”, explica García, al tiempo que subraya las dificultades inherentes al hecho mismo de organizar, en un campo de tiro, la sesión mediante la cual fueron perforados los libros en sucesivos y disparos.

Vanane Borian
Armenian Genocide 1915
(AM, 2014, 2:33)

Este vídeo é dedicado ao Genocídio Arménio. Fala sobre as mulheres no Genocídio, na guerra. Sobre a violência sexual na guerra. O vídeo fala da sociedade que nega estes factos. O enterro do corpo de uma mulher é o símbolo da anulação da história.

This video is dedicated to the Armenian Genocide. It talks about women in the Genocide, in the war. About sexual violence in the war. It tells us about the society that denies these facts. The burial of a woman’s body is the symbol of the annulment of history.

Este vídeo está dedicado al genocidio armenio. Habla de mujeres en el Genocidio, en la guerra. De violencia sexual en la guerra. Nos habla de la sociedad que niega estos hechos. El entierro del cuerpo de una mujer es el símbolo de la anulación de la historia.

Paul Destieu 
Fade-Out

(FR, 2011, 12:30)

“Fade-out” é um termo técnico utilizado tanto no cinema como no som para designar uma transição ou um fim: a diminuição de um sinal até ao silêncio ou ao desaparecimento completo. A cena centra-se no enterramento progressivo de uma bateria sob um fluxo de gravilha, em que cada impacto é amplificado e registado como um choque nas diferentes partes do instrumento. A sequência propõe a experiência imersiva de um processo técnico bruto, materializando a transição entre dois estados. O fluxo produz uma secção rítmica que se transforma lentamente num choque sonoro e visual.

«Fade-out is a technical term used in both film and sound to designate a transition or an end: the diminishing of a signal until silence or complete disappearance. The scene focuses on the progressive burial of a drum kit under a flow of gravel where each impact is amplified and recorded as a shock on the different parts of the instrument. The sequence proposes the immersive experience of a raw technical process by materialising the transition between two states. The flow produces a rhythmic section that slowly turns into a sonic and visual shock.

«Fade-out» es un término técnico utilizado tanto en cine como en sonido para designar una transición o un final: la disminución de una señal hasta el silencio o la desaparición completa. La escena se centra en el enterramiento progresivo de una batería bajo un flujo de grava donde cada impacto se amplifica y se graba como un choque sobre las diferentes partes del instrumento. La secuencia propone la experiencia inmersiva de un proceso técnico en bruto, al materializar la transición entre dos estados. El flujo produce una sección rítmica que lentamente se convierte en un choque sonoro y visual.

 

Locais / Venues / Sedes

Ésta es una Plaza!

Ésta es una PLAZA!

16 JUL 2025. 22h

Calle Doctor Fourquet, 24 Madrid
estaesunaplaza.blogspot.com

 
 

 

 

Malpartida, arte ambiental en España | Fundación Ortega Muñoz

Museo Vostell Malpartida

17 JUL 2025. 22h

Calle los Barruecos, s/n, Malpartida de Cáceres
museovostell.org

Cine – Teatro Curvo Semedo

18 JUL 2025. 21:30h

Tv. do Calvário 2, Montemor-o-Novo

Casa da Cerca - PROYECTOR

Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea

19 JUL 2025. 22h

R. da Cerca, 2800-050 Almada
 

Duplacena 77

20 JUL 2025. 22h

Regueirão Anjos ,77b, Lisboão Anjos, 77b, Lisboa

duplacena.com

 

 

Citemor

31 JUL 2024. 22h

Montemor-O-Velho

Equipa / Team / Equipo

Conceito e Direção Artística: Alisson Ávila e Irit Batsry
Direção: António Câmara Manuel

Curaduría, Van Master, projeção, tradução e website: Mario Gutiérrez Cru
Direção de Produção, Comunicação, revisão de conteúdos e design: Ana Calheiros
Produção: Duplacena 
Produzido com a cumplicidade de: PROYECTOR
Financiamento: República Portuguesa – Cultura | Direção-Geral das Artes + Câmara Municipal de Lisboa
Apoio: Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Ésta es una PLAZA!, Museo Vostell Malpartida, O Espaço do Tempo